sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O vai e vem do vento

Migalhas de um amor vivido. Era quase impossível esquecer tudo aquilo, havia sempre uma ou outra lembraça num amontoado de pensamentos escondidos numa gaveta qualquer da memória. A chave? Sua presença. Sua presença numa música , num gesto reproduzido por um amigo, ou outra pessoa, na lembrança de um beijo quando da observação de outro casal apaixonado, numa palavra, num cheiro, na sua presença mesmo, física, digo, mas mais ainda na impossibilidade de tocá-lo. Cascalhos apenas... grisalhos que já estavam aqueles pensamentos, ainda assim, reconduziam-me àquele tempo, bom tempo, levado pelo vento. Perdido. Reencontrado, porém, quando o mesmo vento insistira em soprar sobre mim novamente.
Brisa, ora quente, ora fria, a depender de quais memórias saltavam das gavetas que abria. Mas sempre envolventes, sempre. Podia sentir aquele vento abraçar-me e roubar todas as minhas forças, como você fazia. Aconchegante e carinhosamente. No fim, um sorriso, dois, na verdade, os nossos.
A brisa também sorriu, e depois, partiu, e me deixou outra vez sem os abraços. Fechou as gavetas que se abriram na minha mente, trancando de novo teus braços quentes, os beijos envolventes, o cheiro, os gestos, as palavras, as músicas da gente, trancou você, enfim. Fazendo-me crer que nunca mais você ía reaparecer, fazendo-me crer que agora eu iria te esquecer, fazendo-me perceber, no fim, e verdadeiramente, que por sua presença, e súbita ausência - da brisa, digo -  tudo poderia voltar, de repente. Só para eu poder ver meu guarda-roupas desorganizado, quando abrindo suas portas, reviraria todas as minhas roupas, na velha gaveta, até encontrar aquela antiga peça, bem no fundo, aquela que, mesmo sendo fã dos atos de caridade, era 'minha' demais para isso. Porque ela vestia além de um corpo. Vestia, na realidade, parte de minha história, ou a nossa história, por completo, marcante demais, pessoal demais, e portanto, repito, 'minha' demais para ser doada.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Crença e querer

Oi, meu bem, como você está? (...)
Eu te amo, eu também te amo!


O coração palpitava, flamejando de amor. Era o início dele, e eu queria aquilo pro resto dos nossos dias, mesmo sabendo que brigaríamos, mesmo sabendo que podíamos terminar aquele lance, mesmo sabendo que ninguém é de ninguém pra sempre. Mas eram naqueles momentos que eu acreditava no amor de verdade, quando eu também, recostada em seu peito, sentia que seu coração não pulsava normalmente, mesmo que ele negasse, ou não dissesse nada; ali, quando os olhares não eram apenas pupila, retina, cristalino, fazendo seu papel, mas eles queriam ser mais, queriam ser boca, eles falavam, enquanto essa calava, porque não precisava dizer nada. Como algo assim poderia acabar de repente? Tanta perfeição para nada.
Perfeito? eu disse perfeito? Deve ser isso, ele não o é, se acaba, não o é. Acredito na perfeição divina, além dessa... deve ser esse o problema, ele não o é, ele nunca vai ser, quando não for verdadeiro. O que você sente e pensa que é amor, não é amor, amizade talvez. Desejo, amor, não. Deus é amor, se acredito ser Ele, e apenas Ele, perfeito, então, o amor é perfeito se for verdadeiro, porque também acredito que Deus é verdadeiro.
Ligações demoradas, apostilas rabiscadas com corações e nomes dentro desses, quando tudo que eu conseguia fazer enquanto "estudava" era isso, horas olhando para uma parede, ou para um guarda-roupas, ou para o chão, e não vendo nada disso, mas vendo um sorriso, ouvindo uma voz, sentindo um cheiro que não era o meu, nem o do lugar onde eu estava. Paixão, paixão. Como podes ser tão boa assim. E porque passas? Ainda bem que passas... o amor não ganharia forças se juntos, eu e você, você e ela, você e ele, eu e ele, ele e ela, não passassem por momentos onde tudo o que conseguem ver são guarda-roupas, parede e chão, de verdade. Como é complicado. Vive-se, sonha-se, mas também sofre-se, junto. E se não o fosse, não teria graça, porque ninguém aguenta não sair da rotina um dia sequer.
Eu acredito no amor verdadeiro. Eu quero um amor verdadeiro. Com olhares, sorrisos, com descompassos, só pra encontrar um passo de novo. E comemorá-lo. E mesmo assim, complicado, com sonhos, e sofrimentos, com vidas, para formar uma única vida, um único ser, enfim, tudo junto.

Com ligações sem hora certa... e não que algo tão imenso se resuma a um telefone, dois, na verdade - e uma única linha - mas é que não sei se acordaria feliz e disposta para atender todos os telefonemas a qualquer hora, só pra escutar alguém dizer do outro lado qualquer coisa. Mas queria acordar assim sempre, pra atender - Oi, meu, como está? ou o que houve?- e ao fim, responder, ou escutar sempre algo bom - Eu te amo, eu também te amo!

sábado, 26 de novembro de 2011

Quase concreto, nunca completo


Eu sabia muita coisa do que queria, e sabia como fazer para conseguir isso. Mas já sou grandinha o suficiente, e a vida me ensinava todos os dias, o quanto eu terei de crescer para entender um pouquinho só, de cada uma das situações em que ela me coloca. Porque quando achava que tinha crescido o bastante para enfrentar uma delas, porque já tinha passado por aquilo, e agora eu saberia lidar com isso... não, eu não sabia, eu não sei, e no fim, sempre irei me surpreender ao menos um pouco com o que viveria, a cada dia. Um dia talvez eu possa dar conselhos, quase concretos, quase convictos, nunca de um todo certos, sobre determinada situação a uma amiga, um amigo que esteja precisando dessas incertezas para entender suas indeterminações também. Mas de toda forma, eu sempre saberia que por mais que confiasse em mim o bastante para dar esses conselhos, para dizer algo quase concreto sobre alguma coisa que a vida lhe aprontara, eu nunca estaria totalmente certa sobre aquilo. Porque a vida surpreende, porque nem tudo é igual para todos, porque você vive pra aprender mesmo, ainda que, na verdade, o que a gente busca, todos os dias, é aprender pra viver. Deve ser recíproco, é recíproco. Educador e aluno que se completam. É assim que a maioria deles dizem na sala de aula né? "A gente acaba aprendendo muito com vocês"... a vida, em sentido amplo, nem precisa dizer isso mesmo, é muito perfeita para tanto. É da nossa nossa vida, em sentido estrito, de que falo. É sobre ela que recai a reciprocidade que menciono.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Pra ajudar o tempo



Eu havia mesmo decidido não escrever mais sobre você. Porque disse a mim mesma, como se minha vontade de não querer mais te escrever fosse suficiente, que não buscaria mais motivo pra escrever nada sobre ti. No meu trato, prometera que tudo o que eu sentisse depois dali por você, não passaria de meus pensamentos, jamais chegaria ao papel, ou à tela. Mas eu esqueci que apaixonar-se não requer contrato, quanto mais desapaixonar-se, esqueci que a paixão tem sua própria palavra, e meu querer não poderia nunca atuar em lugar dela.
Resolvera não olhar mais suas fotografias, nem seus recados, para os outros, nem te ter mais na minha lista de amigos no site de relacionamentos, só pra não ter que ver seu status aparecer de repente na minha página inicial. Porque eu queria você longe de mim, de todas as formas, eu quero, na verdade, e por isso continuo fazendo tudo isso. Nos últimos meses tentei ser mais realista comigo mesma, busquei entender melhor a vida, e os verdadeiros valores que ela apresenta, desejei e busquei crescer humanamente, como nunca tinha feito, e como sempre faria a partir de agora. Tornara-se mais fácil compreender, e aceitar, que só o tempo faria diminuir, e um dia, desaparecer aquele nó que você deixara dentro de meu peito, e que tudo que eu fizesse não seria mais que ajudar esse tempo a trazer um tempo em que o nó não mais existiria, ou pelo menos, não por sua causa.
Outro dia pensei que você, com tudo que me fizera passar, teria me deixado um tanto mais fria em termos de relacionamentos. Mas conversando com uns amigos percebi que não. De uma conversa aprendi que quando sofremos por um amor, o seguinte sempre nos causa uma espécie de receio, é como se tivessé-mos medo de que tudo se transformasse no que passamos da última vez; em outra conversa, descobri que somando-se a isso, passamos a querer enfrentar o amor como algo real, passamos a querer dar um tapa nas ilusões assim que percebemos a presença delas. Por esses motivos, sei que não me tornei fria, ou pelo menos prefiro achar que abri uma das janelas de minha mente que quer construir um amor inteligente, digo, um amor "adulto", sendo mais clara: nada de conto de fadas, é isso.
De qualquer forma, só estou escrevendo de novo sobre você, só estou quebrando meu trato comigo mesma, porque senti a necessidade de abrir meu coração para as palavras, a seu respeito, novamente, como para extrair de mim cada dígito que ainda resta de você. Porque vez em quando ainda vejo tuas fotografias, só pra ter certeza de que o coração sente o que os olhos veem, só pra ter certeza que não é fácil esquecer um amor, e que precisarei ser ainda mais forte pra suportar cada gelo que se segue em meu interior quando te vejo, só pra ter certeza que eu tenho mesmo que continuar ajudando o tempo a trazer meu tempo sem você, de volta.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Descarte


Eu penso, tu pensas, ele pensa...
Mas sabe quando tudo que você quer é deitar sua cabeça no travesseiro, sem pensar em nada complicado, sem pensar que nada é complicado, sem pensar em nada, só deitar, dormir, talvez, e pronto? Não fosse a ansiedade, e o medo, que não se sabe nem de que é, e que você não sabe como controlar, isso poderia ser bem mais fácil. Me disseram certa vez que pensar demais não é bom, mas parando depois, fiz uma correção na afirmativa... pensar demais, em coisas improdutivas demais, é que não faz bem, é que não é bom. Pense sim, mas pense naquilo que te faz feliz, que te põe um sorriso nos lábios, que faz você sentir-se em paz. Descarte porém o que te faz sofrer, descarte dos pensamentos o que te deixa triste, cabisbaixo, o que te faz sentir que tudo que você faz não vai dar certo, o que te deixa mal mesmo. Descarte do pensamento, e depois, da vida. Já dizia o velho ditado, “o que os olhos não veem, o coração não sente”, pois lhe digo mais: o que os olhos não veem, e o que a mente descarta, você não sente, você nem lembra, obviamente, quanto mais seu coração. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Contramão


Ah, coração... quisera eu entender o porque de olhares sempre na direção que não te convém, preciso mesmo te dizer que contramão não faz bem, coração? Mais teimoso ainda que sejas, quando digo que são vãs as tuas perseguições, insistes doentiamente no intento que almejas. Masoquista - acho que és as vezes - que mesmo sabendo o quanto podes sofrer, alimentas, sozinho, o desejo de ter quem nem sequer te ver de longe, e em cuja mente não passas de tecido muscular cardíaco; e para quem estás inteiro, nada mais. Pois sequer consegue imaginar o quanto aquele pano não é nem uma peça, inteira, não consegue enxergar o quanto ele está partido, porque foi deixado de lado, ou porque, nem de lado, foi mais olhado.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Complete-se


Era a angústia, o vazio que consumia aquele ser, e ele não via o vácuo e o motivo para aquilo, mas procurava, e por não conseguir ver o que lhe perturbava - porque era impossível, não existia - se desesperava. Entrelaçando pensamento no vento forte que o dominava, recostava-se na primeira brisa passageira que o alcançava, imaginando agora o que poderia fazer para aquela calmaria permanecer...
Eu diria que ele deveria amar. Que amasse a vida, a sua vida, e não o desejo de ter uma vida igual à do outro. Que amasse os seus amigos, de verdade, pelo carinho sincero que sentia haver entre eles. Que amasse sua família, do jeito como era, nunca desejando que a identidade dela fosse igual à uma que você admirava - as pessoas devem ser amadas pelo que são, não pelo que queremos que elas sejam. Que amasse, enfim, as diferenças, repeitasse-as. Ninguém é igual. Acredito que o fato de se aprender a amar o que há de diferente em cada um, significa aceitar a personalidade do outro, amando consequentemente ao irmão, ao amigo, ao desconhecido, como a você. Porque você também é diferente.
Amar é aceitar, é retribuir, é se completar, também.

"Que vos ameis uns aos outros assim como eu vos amei" (Jo 15, 12.)


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Essencialmente imprescindível


Dizia que eram grilos aqueles "monstros" que não me deixavam em paz, não deixavam de chilrear, fazendo minha mente latejar... Doença que era o medo. Não fosse ele, eu não alimentaria involuntariamente meus pensamentos com o pavor que os rondava, mas deixaria apenas que passassem por ali, e depois outros ventos, saudáveis agora, tomariam espaço onde aquele quisera apenas recostar-se . Esforçava-me para arremessá-los longe, e já tinha certeza que teria de me esforçar para tanto, o resto de minha vida. O Divino me estimulava, e por isso era a Ele a quem eu buscava, sempre; Ele e todas as coisas que são Dele, era isso que eu alimentava, alimento. E já havia provado para mim mesma, que com sua ausência em minha essência, eu não conseguiria. Por isso eu o buscaria, busco, para sempre.

Quanto aos grilos... eles também são criaturas de Deus. Obedientes que são ao nosso criador, tenho certeza que não existe motivo superior a esse que os faça, quando pedidos, se calarem.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Tento estar atenta


Concentre-se, mente insessantemente pensante
Donde estás foco que desconheço?
Ou conheço tanto que já és tão comum?
Deito no braço a cabeça
Esqueço de ler as letras que vejo
E só me vem à mente o que está distante
Lembranças de coisas que esquecer, tanto já quis
E que ainda desenha-se com giz num quadro negro em minha mente
Apagador, pra que te quero?
Mas quando quero que apagues a dor da distração que me aflige
Não realizas o trabalho que te cabes
E parece que, de novo, eu só quis
Sento, lenta, soletro, leio, atenta...
Até que eu capte as palavras que, de verdade, vejo.

Numa tarde na sala de estudos da Univerdade, onde  tudo que conseguia
 fazer era não me concentrar no assunto que tentava estudar para uma 
prova de Direito Comercial dois dias depois dali.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Metáfora


Passarinho, que saiu do seu ninho e veio cantar nos arredores de minha casa.
Cante, pequenino!
Vez em quando pousa numa galha do coqueiro, da goiabeira, do cajueiro.
Cumpre seu papel, enfeitando o céu, sem nuvens, e adicionando som à sua cor azul,
Brilhando, o céu, o pássaro, e seu canto, sob os raios do sol da tarde...
Eu também vou cantando, dando letra, e ritmo, e melodia aos sonhos que persigo;
Pousando também, vez em quando, (não somos de ferro)
Mas como você, que mesmo preso entoas tua música, passarinho, e ainda que triste, vives...
Eu também não quero desistir de cantar.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Muitos setembros


O ano já estava terminando. Quatro meses apenas e chegaríamos novamente ao Dia Universal da Paz do próximo ano. E eu nem tinha parado pra pensar na quantidade de coisas pelas quais já passara naqueles oito meses completos. Mudei de apartamento. Na Universidade, estudei de verdade, e tive o primeiro final de período, de verdade. Dei um tapa na falsidade, até espantá-la para longe de mim, até perceber que o que vale mesmo não é agradar a todos, mas agradar àqueles que merecem que o façamos. Adquiri o hábito de ler sempre, e de tudo. Sempre achei interessante quem o fazia. Amei, o bastante para me chamar de boba. E levei um tapa desse amor também, forte e dolorido, o tapa, digo. Meu coração quebrou, e sentiu a dor de cada pedaço, estilhaçado. Descobri que sempre amei futebol, e que assistir aos jogos do time que torço, e conversar sobre campeonatos e taças me faz sentir feliz. Fiz boas amizades, poucas, mas suficientes para mostrar que, como diz o velho clichê,  nesse quesito o que vale não é quantidade, mas qualidade. Quiz sentir Deus mais perto de mim, quiz descobri-lo, e busquei isso. E consegui. Consegui que Ele estivesse perto de mim sempre. Não que Ele não estivesse antes, mas o propósito em sentir a sua presença, na sua paz, na sua tranquilidade, me fez enxergá-lo mais nitidamente dentro de mim. Coloquei uns óculos de grau, na verdade, como se minha fé também estivesse precisando de um auxílio para posicionar sua retina. Não precisei de muito grau, mas usá-los foi a coisa mais impressionante que fiz na vida. Mais tarde, quando eu me sentisse da mesma forma, com os mesmos sintomas que estava antes disso, já sabia o problema, já sabia que só precisaria de mais um pouco de grau nos velhos óculos da minha fé. Resolvi que só daria valor àquilo que fosse moralmente, falo em relação ao caráter mesmo, digno disso. Não é o que as pessoas possuem, materialmente falando, que merece nosso respeito, mas o que trazem dentro do peito, e na consciência, cujos reflexos veem estampados nas suas ações. E digo isso, não porque aprendi, porque alguém me disse, mas porque fui quase uma vítima do que chamei Síndrome do Caráter Monetário. Felizmente, fui mais experta que a doença, e sobrevivi. Eu e a humildade que aprendera a levar comigo, sobretudo quando resolvera fazer a autoanálise que me permitiu descobrir que estava ficando doente. Enfim, havia ganhado uma experiência de vida. Pouca para o que ganharia conforme os anos fossem passando, acredito. Mas ganhei, e isso me fizera crescer bastante.
O bastante para agradecer ainda mais a Deus, todos os dias, por tudo o que Ele já me permitira, e me permitiria ter.
Agora, só faltavam quatro meses para o fim daquele ano. É começo de mês ainda. E desejo imensamente acordar durante os 30 dias desse setembro, e durante o resto dos dias do ano, e durante vários anos, e vários setembros, só pra poder viver mais as oportunidades, os sonhos, os amores, só pra poder estudar cada lição que a vida nos aplica, e aprender mais com cada minuto de cada 24horas dessas.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Mudar faz parte


Lá em casa,  festas, a companhia agradável de velhos amigos, e da família, sempre indescritível, com os cheiros dos pais e depois dos avós, e suas bençãos. Refrigerantes em meio ao calor do povo reunido na rua, e boas risadas, conversas altas, porque o som estava além do permitido, olhares trocados com os rapazes bonitos que encontrava, lanches nos trailers, mais risadas, e no outro dia, por conta do lanche no fim da festa, uma dor de barriga, talvez, porque nada é perfeito. E eu resolvera ficar longe dos três dias que provavelmente seriam assim. Ficara lendo sobre menores infratores, e as medidas socioeducativas responsáveis por lhes incorporar adequadamente à sociedade novamente. Houve quem estranhasse, porque eu adorava aquela festa tradicional em minha cidade, não pela festa, mas pelas companhias que ela me proporcionava. No entanto, resolvi fazer diferente quando abdiquei, pela primeira das muitas vezes, de tudo isso, por conta de um trabalho da universidade. Mais tarde eu abdicaria outras vezes, por causa dos estudos para uma prova que teria de fazer no final do período, por causa de uma monografia, por causa de um concurso público que teria de fazer, ou porque iria querer ficar em casa já que estava cansada mesmo. Mas eu pensava... tudo tem seu tempo, eu já fui, e poderei, se Deus quiser, ir a outras festas, encontrar com  os amigos, com a família e dar abraços e beijos e receber sua benção.
De uma hora pra outra, a gente percebe como as coisas mudam, e como essas mudanças são mesmo necessárias. As responsabilidades vão aparecendo, e os nossos sonhos tecem os caminhos que precisamos trilhar por elas. Tolos seríamos se nos engessássemos, e não aceitássemos, e não nos acostumássemos com a idéia de mudar. Faz parte da vida, amigo.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Como as estrelas daquela noite


Onde estaria você naquele dia? A lua estava linda...
Eu havia chegado tarde em casa. Pelo menos consegui dormir na viagem, quase o percurso inteiro. Estava cansada. Mesmo assim, entrei na internet pra checar minhas páginas nos sites de relacionamento e minha caixa de e-mails. Nada demais em ambos, mas acabei, como sempre, indo deitar-me tarde. Agora, eu estava sentada na minha cama, costas apoiadas na sua cabeceira, pés plantados no colchão, eu escrevia. Porque me dera vontade de escrever sua ausência, sua demora talvez, e certamente, minha solidão. Havia ido conferir se a porta da frente estava mesmo trancada à chave, através do vidro percebera a luz da lua fascinante. Num pensamento súbito imaginei, onde você estaria naquele momento que não me fizera perceber o brilho daquela noite mais cedo? Não viera me buscar em casa quando cheguei, nem me levara para passear com você pelas ruas vazias daquela pequena cidade sem trânsito, àquela hora, com apenas poucas pessoas fofocando sentadas às calçadas de suas casas, e onde o maior barulho quem fazia nem era elas, mas o vento, que cantava, como em filme de suspense, querendo talvez dar sonoridade àquele meu pensamento solitário e ausente. As estrelas, que faziam companhia aquela lua tão iluminadora naquela noite, também pareciam esperar comigo, ansiosas, até ao dia em que filmariam nossos beijos, e entre tantos, os de despedida na porta de minha casa. Querido, porque sequer não me dás notícias, e evita meu sofrimento precoce dizendo-me ao menos por onde andas? E se não andas tu por lugar algum, porque também está em casa, pensando talvez porque sua amada também demora tanto, ou não, então fala-me de teu coração, e o teu amor, onde se encontra? Eu, como as estrelas, ansiosa, te espero. E se não apareceres cedo, manda-me ao menos a resposta dessa última pergunta que te fiz. Diz-me se ele está a caminho, o teu amor, o teu coração, ou se ele está longe, muito longe ainda de mim, me diz.

Deixe


Deixe sentir o olhar daquele vibrando, quando reflete a sua vontade também. Deixe querer, desejar sentir os lábios que apreciam os teus os tocarem também. Beijei-os. Deixe tocar-se pelos braços que dantes procuravam lugar, espichados, no lugar de sempre, mas sem ter lugar. Abrace-os também. Deixe sentir o cheiro que procurava a tanto, do perfume que nem conhecia a fragrância. Deixe correr na espinha dorsal a vontade de continuar, de não sair do jogo, de jogar mais. Deixe aparecer, nascer, do olhar, do beijo, do abraço, do cheiro, da sensação, da oportunidade, enfim, aquilo que chamam de amar, aquilo que só se sente a partir do amor, e que, na verdade, já existe em você. Então deixe mesmo que o nascido apareça, simplesmente, deixe.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PAI MARAVILHOSO


Eu não tenho mais idade pra escrever cartões daqueles que eu fazia quando pequenina, com uma gravata mal pintada de azul na frente, e dentro uma mensagem mais ou menos assim: "Eu Te Amo, papai! Você é o meu herói!". E apesar da ausência do cartão, o senhor nunca deixou de ser um HERÓI, herói da vida, da casa, de uma família, a nossa família...
Eu Te Amo, com toda a intensidade que te amei desde o primeiro dia em que me pegaste no colo (mesmo sabendo que o senhor me achou feia e vermelha, rs). Eu não lembro, sei que não, mas sei o quanto esse amor foi tão forte, porque era, e é, um amor tão de verdade, tão sincero, um amor de pai e filha, mesmo.
Obrigada por tudo papis lindo, obrigada mesmo.
Não tenhas dúvidas do quanto és um PAI MARAVILHOSO.
Feliz seu, todo seu, dia.

Ainda por cima, Deus me dá a graça de todos os anos comemorarmos tão pertinho desse dia especial, um outro, que não é preciso dizer o quanto é ainda mais especial. Mais um ano de sua vida, é mais um ano de alegria, de felicidades para nós todos, pai. FELIZ ANIVERSÁRIO! O que mais desejo, e peço a Deus todos os dias, é que Ele esteja sempre ao teu lado, cuidado de ti, e de sua companheira, minha melhor amiga, minha mãe linda, todos os dias, quando eu estou ou não por perto de vocês. O senhor merece o que há de mais precioso, sempre.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

1.9


Às minhas velinhas, luz divina, para iluminar a minha vida!
Só por hoje tô dispensando as narrações que não sejam as das histórias que compõe todo o caminho que já trilhei. Histórias de amor, de risos, de conquistas, de quedas e reconstituição, de compaixão, de felicidades!
Por todos esses capítulos, é a ti que, de todo meu coração, agradeço, Senhor!
Obrigada meu Deus por mais um ano de vida recheado de alegrias, de aprendizado, de amadurecimento, de novas e velhas boas amizades, de crescimento espiritual, de amor incondicional, de saúde, de paz...
És promotor de todas essas maravilhas em minha vida!
De novo, e sempre, muito obrigada! :)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Divina sabedoria

Nos olhos daquela menina, as lágrimas de uma dor profunda que insistia em unir-se ao tecido que revestia seu coração, ou ao músculo que o compunha. Eram os pensamentos tortos que a atormentavam, querendo jogá-la contra si mesma, com força suficiente para torturá-la. Mas do fundo dessa mente, que muito ruim pensava, ouvia uma voz mais forte, e mais clemente, dilascerante, como que partindo de sua alma."Calma, eu estou aqui". Deus a tocava. E quão grandiosa é a sabedoria divina, que criando o homem tão frágil em seu pensamento, cria nele mesmo o remédio para seu tormento, fazendo nascer lá de dentro a fé que o curaria.
Recorria à velha folha em branco, e com a caneta esferográfica do último semestre, escrevia tudo o que sentia, e àquela voz respondia, calmamente, como ela lhe pedira: "Que bom, que bom que você está aí".

Mariana Xavier

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Que sejas o que és

Aquilo era psicológico. Uma má notícia que insistira em continuar presa a meus pensamentos, um susto que não passara imediatamente e que precisaria de muito mais que um copo d´água pra liguidar-se o medo, o atraso de um resultado que me deixara totalmente instável durante algum tempo. Por algum motivo eu me sentia totalmente deslocada de tudo que eu havia cultivado até então. Aquelas pedras que eu havia desviado quando passara pelo caminho deteriorado que trilhara, pareciam querer voltar e me arruinar quando tocavam o ponto mais fraco de um ser um humano frágil como é o adolescente em sua fase de promoção ao mundo dos adultos, totalmente novo e cheio de coisas muito mais rodeadas de responsabilidades que sair das bonecas e conhecer gatinhos na balada, a sua fé. Era como se tudo estivesse errado, tudo quisesse uma reforma; como se eu precisasse esvaziar-me do que construí anos a fio...
Rezei, rezei, rezei. Mesmo quando tudo que eu sentia era a falta da firmeza na fé que conduziria minha oração, me entreguei às preces que eu tinha em meu coração. "Pai, faze-me ser como o Senhor deseja que eu seja" E Ele simplismente queria que eu fosse...
Aqueles dias foram passando, e eu continuava rezando. Era a única coisa que eu podia fazer. Pedia paciência, paz. Meus olhos se abririam depois de algum tempo em busca da força que sustentava a fé em minha vida, Deus. Na verdade, essa é uma busca constante para mim, descobrir mais, saber mais, sentir mais; e então eu consegui enxergar que, na realidade, a sensação ruim de querer destruir tudo o que eu plantara até então, era uma briga travada entre eu e eu mesma, num confronto imbecil entre o que me fazia ser quem eu realmente era e tudo aquilo pelo que eu, sendo facilmente influenciada, quando da inobservância de meus próprios princípios, me deixara querer se transformar. Eu precisava mesmo saber o que estava acontecendo comigo, me libertar da tortura do não entender. Até lá, não fosse Deus escutando minhas preces, compreendendo cada palavra e lágrima frágil, sedentas da sua compaixão, eu não teria saído sequer do que me queria conduzir àquilo que não sou. Teria seguido, sem parar pra pensar naquele combate que se travara dentro de mim, apenas desestruturando o que me fazia ser eu mesma.
Naqueles dias de prece, eu pude sentir mais de perto a presença Daquele que me ensina a amar, incondicionalmente, pai, mãe, família, amigos, principalmente os de verdade. Eu pude me debruçar sobre Ele como um bebezinho indefeso, precisando de ajuda para sobreviver. Eu pude sentir a força, muito mais intensa do que eu pudesse imaginar, da minha fé, da minha crença. Eu pude sentir a paz, a paciência, a mansidão da graça do amor de Deus em minha vida. E eu continuaria a rezar, continuaria a buscar, continuaria a querer sentir, sempre, sempre, esse amor, essa graça que me fazem imensamente bem e feliz.

domingo, 12 de junho de 2011

Esquematicamente apaixonada

Bem, nossa história nem é antiga na verdade, mas já tenho tanto a falar sobre você. Aprendi muito depois que te conheci... coisas para a vida sabe?! e que me ajudarão a procurar algo melhor nesta, tenho certeza, me ajudarão a vencer aos tantos adversários pelos quais passarei nos vários concursos que perseguirei durante ela.
Há mais ou menos um ano que te conheci. Você não era nem um pouco tímido, pra falar a verdade, eu que as vezes me intimidava em ir falar com você, tentar descobrir-te, porque não, não foi amor à primeira vista, mas aos poucos, a convivência foi me fazendo ver o quanto você era importante para mim, o quanto você me proporcionava bons momentos, principalmente depois das várias provas pelas quais passei, onde você sempre esteve presente fosse antes me dando forças, fosse depois na alegria do êxito conseguido no resultado.
Sempre bom companheiro, compreensivo, sabe me escutar, mas também fala, e quando fala... parece nem querer mais parar de tanto que tens a me dizer, tanto que tens a me ensinar. Presente, sempre! Por isso eu não posso reclamar de sua falta de atenção porque nunca me deixaste na mão, para qualquer lugar que for sei que só é convidar-te que não me negarás a tua deliciosa companhia, muitas vezes tão boa que chegava a imaginar-me em um lugar onde o azul e o branco eram as únicas cores que prevaleciam, como um céu. E sincero, muito, de modo tal que eu consigo ler cada linha sua quando olho seus olhos, lindos. A única coisa que me deixa um tanto inquieta, mas que sei, que não é nada mais nada menos uma prova de seu amor por mim, é esse seu Controle obsessivo que parece querer consumir-me até o último fio de cabelo, ou numa comparação bem mais justa, até o último neurônio de meu cérebro, preocupava-me. Mas isso é o de menos, e passa, sei que passa, como qualquer prova de amor, difícil mas, sempre, incrível, essa não poderia ser diferente.
Querido, obrigada pelos momentos que me proporcionas. Passar esse dia com você será apenas mais uma vez inexplicável, e proveitoso no mínimo. E continuarei me apaixonando por você, todos os dias, todas as quartas e quintas, porque sempre descubro algo mais incrível a seu respeito, e sei que ainda tenho muito a aprender com nossa história... Eu te amo, e para sermos justos, esquematicamente, como você!


De 12/06/2011, em uma homenagem a meu querido Pedro Lenza, mais especificamente a seu livro, quando duas provas maravilhosas de  Direito Constitucional eram as "únicas" coisas com as quais eu me preocupava, e querendo ou não, me fizeram mais uma vez apaixonar-me, e para tanto, não haveria dia melhor.

sábado, 11 de junho de 2011

Além, muito além disso

Via redemoinhos atrapalharem a mente, embaraçavam-lhe os pensamentos e a imaginação, entorpeciam-na, debilitavam-na, nenhum deles vinha para refazer o que outro havia destruído, de forma diferente e, por sua natureza, esperada, só aguçavam ainda mais aquele novelo destruído.
Lá no fundo porém, havia (há) uma coisa além de redemoinhos, além de entorpecentes, além de tudo que queira ver destruída, principalmente por dentro, mas por fora também, aquela menina. Uma esperança, uma Fé meu Deus, uma confiança... ela ainda tinha, ela tem.

terça-feira, 31 de maio de 2011

MEU não rimava

Coração Leviano - Paulinho da Viola
Trama em segredo teus planos
Parte sem dizer adeus
Nem lembra dos meus desenganos
Fere quem tudo perdeu
Ah coração leviano não sabe o que fez do meu
Ah coração leviano não sabe o que fez do meu (mas trama)
Este pobre navegante meu coração amante
Enfrentou a tempestade
No mar da paixão e da loucura
Fruto da minha aventura
Em busca da felicidade
Ah coração teu engano foi esperar por um bem
De um coração leviano que nunca será de "ninguém" (MEU não rimava)

domingo, 22 de maio de 2011

Expectativa de amar

Ela sofria tanto, sofre. Namorou anos com aquele garoto e num dos momentos mais difíceis de sua vida, ele resolveu que eles não davam mais certo. Acabou-se, e mais uma soldada voltou ao exército das amantes não amadas pelo amados. Complicado. Ainda que dissesse que agora só queria esquecê-lo, esquecer essa tarefa era o que era mais difícil. Ele sempre estava na recordação de um jogo de cartas, de um passeio, de um almoço em algum lugar, de um lugar, era inevitável, ela sempre o lembrava.
Nós estávamos mesmo falando sobre isso de lembrar das pessoas de quem se ama, de não esquecê-las fácil, de sentir, mesmo depois de meses que as viu, o friozinho característico que comprime o estômago. Foi então quando me toquei, já havia alguns meses, senão ano(s), que eu não sentia isso por ninguém, que eu não sentia essa saudade, que eu não sentia esse friozinho, que eu simplismente não sentia esse amor, acho que assim posso dizê-lo, por ninguém. Preocupei-me, lembrando-me do quanto é bom tudo isso, do quanto é bom amar.

___ Ah, eu queria gostar de alguém, é tão bom gostar de alguém.
___ Hum rum, é sim, mas quando se é amada também.
___ Não, claro, isso é verdade. Mas eu queria gostar de alguém de novo...

Não demorou muito, eu gostei, gosto!
Então, passei a lembrá-lo, a procurá-lo, a querê-lo.
Passei a fazer os mil planos que se fazem quando imaginamo-nos na presença da pessoa amada. Passei a pensar no que dizer quando nos encontrasse-mos na rua por acaso, ou falso acaso, já que para esse último eu também passei a fazer planos. Queria saber o máximo que pudesse sobre sua vida, a família, o time, a comida, do que ele gostava, o que ele fazia, se malhava e onde ele malhava, onde estudava, trabalhava. Eu queria saber tudo sobre ele, eu queria ele. Eu amava...
E como sofri por isso, recordei agora aquela conversa... "mas quando se é amada"
Eu não lembrava o quanto era ruim não ser notada, o quanto era ruim esperar uma mensagem que nunca chegaria, um telefonema, um e-mail, e pra ser o mais sincera e prática possívell, eu não lembrava de como era ruim não te ver na minha lista de visitantes recentes do orkut. Ah se eu lembrasse! Se eu lembrasse que passaria horas pensando em você ao invés de estar estudando o assunto da prova do dia seguinte, se eu lembrasse que iria perder mais tempo ainda sem falar com ninguém só esperando que a (sua)janelinha no (meu)MSN subisse, se eu lembrasse que eu correria o risco de sofrer tanto assim, como estou sofrendo agora, eu não sei se eu teria dito que queria gostar de alguém, mesmo que ele de mim não gostasse. Porque eu pensava que era bom, era bom ter um motivo pra sair, pra se arrumar, pra perguntar a uma amiga, logo depois de falar com essa pessoa, "ainda dá pra sentir meu perfume?", mas eu só pensava...
Sinceramente, não sei se ainda continuo querendo gostar de alguém só pra sentir frio, e estremecer ao ouvir seu nome, ultimamente estou preferindo falar de sandálias roupas, maquiagem, ainda que seja um tanto fútil gastar tanto tempo com isso (se eu levar em consideração o quanto penso e falo em/sobre você). Não, eu não quero me tornar uma pessoa fria, longe de mim, mas enquanto eu não gostar de alguém que pense e fale em mim na mesma proporção em que eu pense e fale nela, eu vou tentando contornar isso com esses objetos "fúteis" de vez em quando, dói menos sabe? dói só nos pés, no máximo, no bolso.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Meu amor

"Mamãe, você é a flor mais bonita do meu jardim. Te Amo!"



Eu não sou mais uma criança, eu não estou mais no maternal, eu quase não sou mais uma mocinha, eu quase sou uma adulta, não faz mais sentido escrever cartões assim para a senhora. Hoje eu já tenho conhecimento pra te dizer muito mais, pra te agradecer muito mais, pra agradecer a Deus por te ter muito mais...
Hoje eu vejo que aquela flor não era só pétala e aste, e não compunha só uma paisagem "bonita" junto daquelas letras, uma pequenas outras grandes, e quase todas tortas... mas ela era, não, ela É, respeito, ela É cuidado, ela É dedicação, ela É presença, ela É carinho, ela É exemplo, o MAIOR deles, ela É enfim a personificação do próprio AMOR, esse amor que só cresce, esse seu amor, esse meu amor, esse nosso amor de mãe e filha. E que ela continuara compondo uma paisagem bonita, mas não uma simples paisagem, e sim a paisagem da vida, linda, como o próprio ato de nascer, de você.

Eu Te Amo mãe, mamãe, mamis linda, muito!
Feliz seu, todo seu, dia!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Prece


Eu busco outros ventos, sempre.
Meu avô é poeta, agricultor, hoje aposentado pela idade que o cerca, mas sempre foi homem do campo, trabalhador, de muita fé. Seus poemas, em sua grande maioria, tratam da relação da natureza com o divino. Lí muitas vezes em alguns deles um verso onde sempre que ele fala para mim sobre ele, diz mais ou menos assim "o homem que passa o dia todo labutando, o suor escorrendo pelo rosto e corpo quente ainda, deita-se debaixo daquela árvore frondosa, de repente sente, ao meio dia, aquela brisa fresca suave e sadia, pode ter certeza, é Deus que a envia, Ele alí está presente".
Meu ramo nem é esse, tenho me preparado é para trabalhar mesmo com uma vasta plantação regada de injustiça, em busca de mudar o conteúdo desse regador, em busca de colher em favor do justo, do certo. A cada dia vejo o quanto isso é difícil, complicado de se concretizar. O homem em sua imensa vulnerabilidade, muda de atitude, transforma-se constantemente, sofre com os pensamentos alheios e os de sua própria mente, demente que chega a ser, entrega-se ao acaso e quando se ver num caso, maltrata-se, ou o ignora, simplesmente. Falo mesmo por experiência própria, como é fácil nos entregarmos a uma vida imprópria. Bem que fui, sou, mais forte que o que me atormenta, me intrigo, então começo a perceber que não falta quem nos abra essa porta torta, muito torta. Confiante e fortemente, fecho os olhos, e digo...
Deus, ouve-me por favor, tu podes eu sei, fecha-me essa porta que insiste que eu adentre em cujo aposento guarda, guia-me no caminho pelo qual o Senhor para todos resguarda. Deixa-me longe daquele, ou de qualquer vento triste, poluído, que insiste em me rodear. Seja ao meio dia, seja a qualquer hora desse dia, não cesses em mandar-me aquela brisa fresca, suave e sadia. Amém!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Daquele

Eu estava passando por um momento que não conseguia definir. Queria tudo e não havia coragem para nada. Não havia motivação, mas eu queria. E eu não sei se o que me deixava mais triste era não estar fazendo aquilo, ou não ter um motivo para tal, traduzindo, eu não sei se o que me deixava triste era eu não estar treinando meus primeiros acordes no violão, ou se era não ter por quem estar ansiosa para mostrar a causa de meus dedos calejados pelas cordas, se eu estava triste por não estar estudando mais, lendo mais, sabendo mais sobre várias coisas, ou não ter pra quem (especificamente, claro) chegar e conversar sobre tudo o que havia lido, aprendido. Estava mais ou menos assim, sabe?! E não que eu estivesse pensando que ter esses motivos seria a resolução de todos os meus problemas, ou o ânimo extremo do meu estado de espírito, pelo contrário, as vezes esses motivos nos dão é stress e deixam de ser motivos para ser provocadores deles. Acho que você me entende...
Eu sei, eu sei, eu tenho meus amigos, colegas, minha família, sou jovem ainda, vou a festas, gosto de me enturmar e fazer novas amizades nem sempre é difícil. Mas sabe quando você sente que precisa daquela amizade, daquela companhia na festa, daquela pessoa que de uma forma ou de outra passa a fazer parte de sua família, mesmo que seja só por um tempo? Pois é, acho que eu eu tô sentido falta disso, desses motivos, dessa amizade, desse amor, mas não qualquer amor, o amor daquele

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Precisamos de Santos

"Precisamos de Santos sem véu ou batina.
Precisamos de Santos de calças jeans e tênis.
Precisamos de Santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos.
Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se “lascam” na faculdade.
Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade, ou que consagrem sua castidade.
Precisamos de Santos modernos, santos do século XXI, com uma espiritualidade inserida em nosso tempo.
Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais.
Precisamos de Santos que vivam no mundo, se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no mundo.
Precisamos de Santos que bebam coca-cola e comam hot dog, que usem jeans, que sejam internautas, que escutem disc man.
Precisamos de Santos que amem apaixonadamente a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um refri ou comer uma pizza no fim de semana com os amigos.
Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro, de música, de dança, de esporte.
Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros.
Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo, mas que não sejam mundanos”.

 (João Paulo II)

Numa semana santa, o mínimo que podia fazer.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Agora, o melhor pedido


Contudo, instigava-me a sempre fazer algo mais...
Na quase ausência da luz em meu quarto quando acordava, ouvindo Flor de Liz no meu despertador às 06:30h da manhã, era de você que eu lembrava. Adoro o dia, inegavelmente o prefiro à noite, eu gosto de ver as cores vivas das coisas, naturalmente ofuscadas após o crepúsculo; durante ele muito fazia, como sempre, muito faço na verdade, e a cada passo no qual você me interrompe um desejo me cai aos braços, o acolho, aconchegante e seguramente, que longes fique, muito longe de minha mente.
Do lado esquerdo um coração minimamente partido, reprimido, deprimido, cujo motivo um ato indesejado, desconsiderado, nunca por mim antes provado. Vira-me as costas, parecendo-me chegar aquilo a ser uma parede, era uma parede, de espessura tal que me fez triste só em vê-la pois minha força seria então banal. Mas permaneceria eu alí na platéia, vendo os dois dias em que pensei em você muito mais que estudei, assim sem interrupções, continuamente mesmo, irem embora, apenas irem, sem nenhum proveito, a não ser a infelicidade causada, intragantemente degustada.
Das ligações, essas das melhores amizades, os conselhos, e por mais que eu apenas imediatamente acatasse eu sabia o quanto eu sofreria, e o quanto seria difícil anular-te de um pensamento de cujos princípios parecia você fazer parte. Ainda assim eu tentaria muito, porque eu queria dias muito felizes de novo, e muito vivos em cores, cujas flores que pegasse fossem sinal de vida, lindas, e não sinal das desejáveis, completamente impensadas de sua parte, e portanto, inexistentes, bem como esse nosso amor, essa nossa arte, obra de arte, que um coração, o meu coração, mas só o meu, em traços finos esperançosos, espaçosos e trêmulos, pintou.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Você, em três frases

Da notícia, a felicidade
Da tentativa, a mais ridícula casualidade
Do encontro, a descoberta da verdadeira personalidade.


domingo, 10 de abril de 2011

Liberdade a salvo, ou não

Naquele final de semana eu sabia que você estava perto de mim. Não que você houvesse saído de mim em nenhum instante, e portanto, sempre esteve perto, mas falo da distância que só me permitia te ver por fotografias, nada mais. E, ultimamente, nem mesmo por essas, eu evitava, sabe aquele clichê "o que os olhos não veem o coração não sente"? então... apesar de não ser de todo correto, a gente tenta que dê certo, é mais uma questão de fé, acredito, enfim.
Você me viu passando, também o ví. Antes disso, não havia muito tempo eu te confundi com um cara quando passei por um lugar, era tão parecido... voltei, não custava nada tentar vê-lo mais de perto. Nos 5 minutos antes de chegar ao local meu coração teria conseguido bater 650 vezes, no mínimo tenho certeza, minhas mãos estavam geladas, e o medo agora, era "você" perceber, respirei fundo antes de ir ao encontro do desconhecido. E então, a surpresa, era outro o rapaz. Naquela mesma noite te encherguei mais uma vez, mas acho que não foi recíproco, ou se foi, eu não percebi, ou você não quis que eu percebesse (a segunda opção me deixa com menos dúvidas, confesso).
Na noite do dia seguinte eu estaria simplismente louca para sair de casa e te ver, passando, nem que fosse dentro do carro, de longe, e mesmo que você nem me visse, mas eu ficaria feliz. A indisposição de uns amigos, me fizeram sair um pouco tarde já, mas mesmo assim, eu fui, e a única coisa que consegui ver foram seus pais, legal né? nossa! algo como você, por exemplo, a deixaria ótima, mas isso não significa dizer que ela não tenha sido boa, agradável.
Depois de tudo isso, e no seu decorrer, a única coisa em que eu conseguia pensar era em como eu estava sendo boba, nada mais, mas nunca neguei que esse é um ótimo sinônimo para apaixonada, vislumbrada, encantada. Meu Deus, era isso mesmo, eu estava simplismente fascinada por você! A essa altura, eu já me conformara que o ato de fazer-me te esquecer era de todo função do tempo, e eu seria paciente, deixaria ele cumprir com essa sua tarefa. E sabe, o último teste acadêmico que fiz foi de Direito Penal, quando estudava aprendi algo interessante e de grande valia nesse nosso contexto, ou meu contexto: enquanto eu não estiver afetando a terceiros, eu jamais posso ser punida por aquilo que trago dentro de meu ser, então, mesmo que minha amiga tenha saído comigo a seu encontro, que com certeza seria casual, e mesmo que ela gaste um bom tempo tendo que me escutar falar seu nome, como eu "não" a obrigava a isso, eu estava tranquila, por nenhum motivo a esse respeito eu seria privada de minha liberdade. Bastava meu coração está preso a você, e já era demais, quando eu sabia que o seu no máximo lembraria meu nome, mas só isso.

quinta-feira, 31 de março de 2011

sozinho, pequenininho


Olhos miúdos, lacrimejando à ausência do desconhecido. Estaria ele escondido? onde então estaria, que não conseguia encontrá-lo? Se é surpresa que pretende, aparece então de súbito, sem avisá-lo, obviamente, e faz meus olhos riem, e meu corpo todo rir, e se esquecer do passado, da carência do abraço, do beijo roubado, do olhar trocado, e simultaneamente, a presença do sozinho, do coração pequenininho, sem ninguém ao seu lado, sem nenhum cuidado.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Agora, o jeito que mais quero

Então, deixei-o. E os recados, as fotos, suas, da sua família, de seus amigos, em nada mais eu tentaria olhá-lo. Ficaria com sua última imagem em minha mente, e esperaria não mais com a mesma ansiedade de outrora para vê-lo novamente, porque eu não queria mais perder meu tempo imaginando como seria aquele reencontro, sua reação, minha reação, como reagiria meu coração, seu coração...
Sua última lembrança? o silêncio, e mal sabia ele o quanto aquele silêncio havia me dito coisas, tantas coisas "eu não quero mais falar com você, me cansei, desista" ou da forma mais educada possível, e também mais dolorosa "por favor, me esqueça". Não, eu não iria esquecer de imediato nenhuma das coisas que o lembravam em mim, eu sei, não seria fácil, mas eu não iria deixar de tentar não lembrar.
A minha vida, minha rotina repleta de coisas cujo tempo era pouco para fazê-las, me ajudava a permanentemente continuar tentando isso. Universidade e daí, o tempo para ler, reler, e ler novamente aquelas apostilas e aqueles livros, os colegas, os amigos que já havia conseguido através daquela, minha família lá longe, e a saudade... tudo isso me ajudava a continuar tentando quando me diziam o quanto eu tinha coisas para com as quais usar meu tempo, precioso tempo. E nem sei se poderia chamar de coisas, pelo valor que norteava tudo isso, tão, mas tão importantes para mim.
Então vá agora, pode ir, a todo tempo sufocando você dentro de mim e quando sei que sua vontade era muito mais estar livre, estar longe de meus pensamentos, de minha mente, não vou mais te prender, eu não quero, e te deixo sair, ir, e ficar longe de mim, o mais longe possível, pra eu nem te olhar, ver, do jeito que você sempre quiz, do jeito que eu nunca quiz, mas que agora, é o jeito que eu mais quero.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Menores, simples, melhores

Andava pela rua, tinha umas coisas pra fazer, meus óculos estavam no conserto, e aproveitaria a viagem pra tirar um dinheirinho no banco, era caminho. Conversava com amigos. Entramos em algumas lojas, provaram roupas, rimos de algumas delas, ainda mais quando vestidas, e outras eram lindas, saímos com uma peça, das mais baratas, pra não enlouquecer a vendedora que iria ter que organizar tudo em seus lugares novamente, mas até ajudamos, detalhe... ficamos amigos, e em outra ocasião nos falaríamos, oi! tudo bem? como vai? Huum, veja bem que lucrativo, uma blusa de promoção, linda por sinal, e uma nova amizade, ual! Naquela tarde ainda levamos cantadas, de pedreiro... que beleza! e na volta, além de alguns vira-latas atrapalharem nosso caminho, e nesse epizódio três rapazes rirem de nossa cara, ironicamente imitando o latido daqueles,ainda  falei com desconhecidos, confundindo, quantos micos! e daí, mais risos...
À noite, na igreja, rezava, e mais tarde, eu pensaria em tudo isso, e agradeceria, por tudo, por todos...

Por um minuto pensei... tudo nessa vida nos deixa algo, uma lição, um aprendizado, não sei.
Da rua, e dos compromissos, e de seu cumprimento, dos amores, das quedas, dos vícios, quando intratantes, e ainda mais, quando vencidos, e dos livros, dos olhares, dos toques, dos sorrisos, das novelas, das vergonhas, das máscaras, e das caras de fato, dos atos, todos os atos.

... obrigada meu Deus, por cada minuto, por cada segundo, em que a vida se revela não nas grandes coisas, nas mais caras, nas mais fúteis, mas sim, nas mais pequeninas, menores, simples, e sem dúvida, melhores.

sábado, 12 de março de 2011

Se você fosse um parágrafo...

Sentada para estudar debruçava-me sobre os livros imaginando que olhar apenas para aquelas palavras seria te esquecer por um momento. Era certo e necessário que te esquecesse durante aquele tempo, mas  as vezes funcionava, outras não. Repentina e incovenientemente você reaparecia para me fazer ler aquele parágrafo mais de quatro vezes, lavar meu rosto mesmo sem estar com sono, deixar a leitura de lado mesmo sem ser hora de intervalo, ou ir comer qualquer coisa mesmo sem estar com fome na tentativa presumidamente falível de abstrair de meu estômago aquele nó que insistia em apertá-lo até o último fio de ar possível. Mas não, não! Eu tenho que voltar a estudar, a ler... mais que beijos e abraços era um sonho que eu buscava concretizar, era um objetivo que tinha de percorrer, era um futuro, o meu futuro, aquele que eu escolhera lutar para conseguir ter.
Minutos depois eu estaria lá, sentada, novamente hipnotizada por aquelas palavras didaticamente organizadas, estaria concentrada e minha vontade era de ficar assim sempre, mesmo sabendo que mais tarde eu voltaria a pensá-lo, a querê-lo, senão acordada pelo cansaço do dia, pelo sono, no sonho de onde você não sumia. Pior de tudo era que você, pelo menos por enquanto, também era um objetivo, e não deixava de ser também o que eu queria como parte de meu futuro, pena que eu não te encontrava nos livros, na leitura, em nenhum parágrafo, em nenhuma frase sequer, em nenhum período, a você me caberia outra forma, ou uma forma subjetiva, de procura.

...seria tão mais objetivo, tão mais fácil te encontrar também nos livros.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Ver

Ele não me olhava, não como eu queria, nem um minuto sequer. Das nossas conversas, o silêncio, nada mais. Dois olhos apenas, e quem os corresponderia naquela foto de casal? Deitados, a única coisa que faziam era formar um espelho, no chão, com a água das lágrimas que deixavam escapar. Quando olhavam cá dentro, viam um coração arruinado, destruído pelo tempo, pelo vento forte que passara. E quando levantava a cabeça, julgava-me ao ver as possibilidades (oportunidades), as que foram, as que ficaram, e as que queria. A vida alí, nessa dimensão, parecia-me tanto um jogo, cujas regras desconhecidas não facilitavam seu encontro, e quando as descobria não as sabia usar, não sabia jogar.
Uma Universidade, amigos, bons amigos diga-se de passagem, e um futuro pra traçar... uma família que acreditava em mim, e talvez isso fosse o que mais me apoiava.

Do mais, a falta, a vontade, e agora, talvez, a saudade.

Diz tudo

 

De tantos carnavais... ou do singular e mais recente.

quarta-feira, 9 de março de 2011

De novo

Estava confusa como nunca. Seus olhos contornavam a minha inconstância, e eu relutava contra a sombra que insistia em tornar a rodear meus dias... fotos, recados, e alguns, muito poucos,"oi" roubados, porque eu me policiava, não poderia ser presa por minhas próprias palavras. Ansiedade incontrolável, que me sugava até o último fio de ar do estômago. Vontade, de te ver, de te ter, de verdade, além dos papéis das fotos cujas posições em seus álbuns já eram gravadas em minha mente. Tudo de novo.
Da última vez porém, eu consegui controlar tudo isso. As verdades, fatos, foram muito mais sinceros que o que eu poderia imaginar, e eu não esqueci nenhuma delas, nenhum deles. Talvez seja mais fácil dessa vez, e  a constância desses fatos e dessas verdades me ajudem a romper essa inconstância que me toma de corpo e coração, de alma não, ou ainda não.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Confidente

Veja bem. Meu sorriso. Largo. Depois, tímido.
Dispararia eu as palavras que prendem meus dentes?
Não, eu não o faria. Não devia, acho.
Minha mãe sempre me disse que eu tenho de correr atrás do que quero. Nesse caso, porém, será que devo?
De um lado, a palavra de uma das pessoas mais importantes de minha vida, de outro, uma antítese antipática me limitava. O certo, porque eu sabia que não devia, era fato. E o incerto, porque não sabia o quanto aquilo duraria. De algum modo, eu já estava acostumada. Esses becos "sem" saída faziam questão de serem parte dessa parte de meu caminho, ultimamente, a maior parte. Mas de imediato eu tinha duas opções. Primeira, eu simplesmente me conformaria, e voltaria, tentaria outro caminho. Segunda, quebraria a parede que me impede de continuar na mesma estrada, ou esperaria alí até que o tempo a desgastasse. Confesso que a primeira opção me atrai com muita facilidade, además as paredes da vida de cuja resistência desconheço o cimento, não me ajudam a tentar a segunda, intratante demais também. Então eu já sabia o que fazer, só não sabia como... deixar o que queria, mas não podia, para trás e não ver as rosas, e os cartões daquele caminho. Era mais fácil para o tempo fazer desaparecer esse desejo de posse de algumas coisas, que fazer desaparecer uma parede, a da segunda opção, ele seria meu confidente em toda essa história, sempre ativo, trabalhando, em seu gracioso ato de não parar, como costumo dizer.
Decidi-me então a continuar sorrindo, largo e tímido.
E deixar que aquelas palavras, retraídas, ousassem escapar de minha boca em um outro momento, cuja ausência de três paredes em um quadrado inacabado, e a presença de uma opção apenas, a de continuar com o queria, porque seria o certo, o contornariam, num traço fino e preciso, sem figuras de linguagem que me limitassem.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Querer

Já havia um tempo, eu sentia falta... Queria ligações e mensagens de texto com os mais lindos "bom dia" que poderia receber. Os mais esperados. Queria apostilas rasuradas com nomes em grafite, em tinta, interligados por a mais conhecida das conjunções aditivas. Queria um motivo a mais para tomar sorvetes que não fosse experimentar todos os sabores só para dizer que conheço todos, mas queria conhecer o preferido, de ambos. Mãos dadas, abraços e beijos todos os dias. Papéis de bombom e chocolates guardados na minha caixinha, que era só para isso, e queria outra caixinha, só pra enchê-la com todos os guardanapos e os pedaços de papel em que se escreveu alguma coisa, em algum dia, em algum momento especial. Queria um sorriso de quem ama, e um olhar de quem ama, Queria o amor, de quem se ama.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

olhos e sorriso


Esperava ansiosa pelo encontro com seus olhos, porque eu gostava deles, eu gostava de vê-los, eles quase "sorriam", não sei se pela magia que me embrulhava refletiam meu próprio sorriso, ou se eles riam mesmo, nem que fosse de mim.

Mariana Xavier

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

? ♥

Difícil é te esquecer, só te esquecer. E não me pergunte o porquê de você continuar presente, mesmo quando você está ausente, mesmo quando você nem está. Quando eu mais tento, ignoro minha própria vontade, desprezo meu próprio pensamento, você é mais esperto e me aparece nos sonhos, quando eu não posso fazer nada senão acordar, e quando acordo, lembro do sonho, e de você, lindo, sorrindo, me olhando. Então, como te esquecer?
Eu te queria tanto, demais. Te quero. Mas não sei o que há, parece que sempre os que mais quero, são os que não posso ter, e seria tão bom saber o porquê disso também, porque, na verdade, a vida é cheia dessas interrogações, e apesar das respostas serem muitas vezes bem óbvias, demoramos pra compreendê-las, e quando menos esperamos elas aparecem, e só.


Tudo bem então, eu espero, e só.

Mariana Xavier

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Eterno


Decepção. Tentativas jogadas fora, como se qualquer uma delas não tivesse nenhum valor sequer. Era o preço da falta de sensibilidade, ou da sensibilidade retraída de uma pessoa. Eu, por minha vez, não guardava ódio, nem mágoa, nem qualquer coisa que se possa ter como pior do mundo. Estava apenas decepcionada. E isso, isso passa, tudo passa. O que ficam são lições. E a fé. Que por menor que seja, é fixada no Eterno. E como o nome bem diz, isso, isso não passa.

Deus, tu que vês tudo, e sabes de tudo. Que continues sendo em minha vida, a parte do meu mundo que não muda, mas que me muda, pra melhor, sempre.

Mariana Xavier

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A vida ensina


Meu tio já havia dito o quanto eu iria sofrer  por isto na vida ainda. Ouvi ele comentando com minha mãe certo dia, se eu já tinha aprendido a lidar com isto. Senti em suas palavras a afirmação da minha negação como espelho, mas nunca achei que não pudesse transmitir parte de minha parte bondosa para alguém. Foi mais triste para mim que para qualquer outra pessoa escutar que ver bondade nos outros era ruim. Nunca achei isso. Talvez eu não saiba analisar direito o que penso, mas não acredito que ninguém possa ser ruim totalmente, todos tem em sí uma parte, um mínimo que seja de bondade, de ternura, talvez seja isso que eu procuro nas pessoas antes delas me mostrarem seu máximo, e tente mais que tudo mostrar que eu vejo essa parte delas, nelas. É a que eu mais quero ver, sempre. Mas não omito dizer o quanto meus olhos já foram imbecis, tolos, bobos. Veem rosas, lindas, que parecem sorrir para você num gesto amigo de um pedido de abraço, e quando me aproximo e as toco, desejando sentir no dom do perfume a melhor das essências, sinto a dor causada pelos espinhos dos cravos que não consegui enchergar.
Aos poucos porém, o mundo vem me ensinando o modo certo de encarar isso. E como bem diz minha mãe, "não há professor melhor".

Flores me encantam a metros de distância, e apesar da proximidade ser algo indispensável na descoberta de sua essência, a vida tem me ensinado que devemos tentar decifrá-las assim mesmo, de longe.

Mariana Xavier

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Alguma coisa chamada felicidade


A felicidade costumava me contagiar de uma forma incontrolável. Eu sabia ser feliz quando estava nesse estado (ou pelo menos achava isso). As vezes isso era tão transparente que tinha medo de minhas próprias ações impensadas no momento- porque quando estou muito feliz simplesmente não penso muito, apenas ajo de modo que não negue a ninguém como me sinto. Falo muito, ainda mais que o normal, como que expulsasse de minhas veias o excesso de alegria pulsante, numa tentativa eufórica de deixar minha pressão normal outra vez, como quando eu estou normal. Eu pulo, e sorrio descontroladamente, as vezes até bato palmas, simplesmente como se ao meu redor ninguém estivesse me olhando e rindo comigo, mas não pelo mesmo motivo que eu, sim de mim e da minha coragem súbita de exteriorizar tamanha felicidade, e daquele jeito, louco, digamos.
As vezes em casa, quando minha pressão arterial poderia ser verificada e marcar 12/8, ou menos, ela costuma ser normalmente baixa, encaro-me, "você estava louca? porque agiu daquela forma?". Antes, eu passaria o dia todo me perguntando a mesma coisa e depois jugando-me uma errada, de atos irracionais. Mas agora não, "ah! que importa se outros me olharam como se eu fosse uma nativa em um mundo ocidental capitalista naquela hora? eu estava feliz, e eu estava sendo eu, não estava fingindo alegria, nem querendo impressionar a ninguém (impressionar se fazendo de louca?! isso sim seria irracional)". Para mim eu estava certa, ou ninguém me disse que não até hoje, ninguém me corrigiu nesse aspecto. Então preferia pensar que eu sabia ser feliz, ou que eu tinha uma forma própria de dizer que estava assim, ou que simplesmente não tinha vergonha de demonstrar isso.

Mariana Xavier



domingo, 30 de janeiro de 2011

Que tédio que nada!


"Jesus, que sabia pelo que ia passar e de todas as cobranças que se lhe impunham, simplismente não conseguia sentir tédio em sua vida. Ele era feliz sempre, não reclamava nada. Ele, mais que todos, sabia viver".
Li isso num livro que no fim de uma viagem folheei algumas páginas, mas que por não ser meu, tive que deixá-lo por lá, onde o encontrei. Mas essas palavras ficaram em minha mente. Desde o dia em que as ví, as lí, estive pensando em como as vezes nós complicamos nossas vidas, fazendo delas um tédio. Parece que gostamos de dizer isso. Que nossa vida está um tédio. Como se ele existisse sem que alguém o crie. Sem que nós o criemos. Eu, por exemplo, costumava dizer que por morar em uma cidade pequena, não tinha opção a nada, senão dormir, comer, olhar TV... até que isso não fosse cansativo, até que a isso não fosse atribuído o adjetivo em questão, sim, falo, até que isso não fosse um tédio.
Mas não. A cidade pacata, tranquila, minha oferece exatamente isso, tranquilidade. E eu gosto disso, sempre gostei. Eu tenho amigos lá, boa parte de minha família é de lá. Sempre morei nessa cidade, pelo menos até completar meus 17 anos, quando passei no vestibular e tive de me mudar para uma cidade um pouco maior, mas a permanência de meus pais e de minha família na pequena city era motivo mais que nobre para que eu a visitasse sempre, duas vezes ao mês.
Nas primeiras férias que passei lá depois de estar morando fora, comecei a sentir algo parecido com estar sempre a procura de coisas para fazer, e, por nunca achar 'nada' que me atraísse, em meio àquela calmaria, comecei a dizer que, por um período, minha vida estava um tédio.
Mas não, ela não estava, eu que a fazia daquela forma, eu que a atribuia essa característica. Comecei a lembrar de quando eu era criança, como tudo aquilo era ótimo para mim. Tudo continuava igual, os mesmos amigos, minha família, era tudo muito parecido, exceto por algumas evoluções de pensamento, que o tempo em seu gracioso ato de não parar, fizera acontecer. Mas isso, isso já era sabido que ocorreria. Até aqui, nenhuma novidade. Então, pensei, "o que estava faltando para que eu conseguisse enchegar grande alegria em fazer o que fiz até poucos dias, adaptado à forma de pensamento de hoje?"
A resposta não demorou muito, e meu pensamento logo decifrou que na verdade, o comodismo me fizera sentir aquilo. Eu tinha livros para ler, filmes, vários, para assistir, tinha amigos para conversar, para rir juntos, tinha esportes que poderia praticar, tinha a minha família, minha linda família que tinha todo o meu amor depositado em sua felicidade, em nossa felicidade, tinha, como sempre, coisas para aprender (eu não sabia dirigir ainda, e o violão, cujo desejo de apreder a tocá-lo já me perseguia a algum tempo, estava me esperando, parado, ansioso, imagino, para se sentir útil) mas, digo, coisas bem viáveis naquele momento... Parei! Veja bem a quantidade de coisa boas que eu tinha para fazer em uma cidade tão pequena. Imagine só em uma maior, onde as opções se expandem, digamos?! Eu só estava acomodada, queria, por certo, não ter que ir buscar, que ir atrás. Queria que as coisas viessem a mim, que as opções se abrissem como um leque, à espera da escolha a ser feita, mas que simplesmente saltassem desse leque, sem nenhum esforço de minha parte. Pensei, é isso! É isso o que acontece. Nós mesmos somos responsáveis por deixar que nossas vidas se transformem em algo chato, sem graça. Mas elas não são. Basta que olhemos ao nosso redor, e vejamos a quantidade de coisas que muitas vezes estão alí, só esperando ser feitas, só precisando que você levante-se, determinado, e vá usufruir delas.
Era isso que Jesus, em sua grandiosidade, simplesmente via, a quantidade de coisas que abarcava sua vida. Ele tinha pessoas para fazer felizes, para curar. Ele tinha seus discípulos para ensinar. Ele tinha os tantos lugares para visitar. Ele tinha uma vida para viver, e Ele em sua sabedoria suprema, simplesmente, vivia. Sem reclamar. Apenas aproveitando o que tinha para certa hora, apenas aproveitando as oportunidades que apareciam. E Ele era, mais que tudo, feliz.

Nós também podemos produzir felicidade, nós também temos uma vida para viver. Só precisamos saber viver, saber aproveitar as oportunidades. Buscar o que queremos. E nunca, nunca se acomodar.

Mariana Xavier

terça-feira, 25 de janeiro de 2011


Ainda tentei, retentei e tentei novamente. Mas você foi claro demais quando me disse apenas que não dava. Eu não tinha porque continuar frustrando minhas tentativas. O tempo lançara-me a ventos lentos e leves demais, mas que aos poucos me faziam perceber corretamente o caminho que indicavam.
Estava feliz por perceber. Por tentar seguir. Por não ficar ali morta, parada, inativa, mesmo estando tão viva. Muito viva inclusive para saber que era hora de buscar um outro amor. E eu iria. Assim, sem nada, do nada, eu apenas iria. Eu vou. Na verdade, eu estou indo.
Até mais, amor!

;*
Mariana Xavier

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

No máximo 1/3


Chega de ilusões. Que tipo de vida eu estaria me dando? Olhos tristes, mortos, cabeça baixa, dependurada na única imagem que me torturara tanto nos últimos meses. Corpo encolhido, como que embrulhando as lembranças de momentos inesquecíveis, como que não querendo perdê-las, deixar escapar. Mas porque? Porque eu não conseguia simplesmente deixar que você escapasse, se eu já havia notado o quanto aquilo me fazia mal? o quanto você, mesmo sem saber - sem saber de nada, absolutamente nada, nem imaginasse - era o motivo daquela minha tristeza? Eu não aguentava mais te procurar nos lugares que ía, tentar te enxergar e fazer mil planos de como ir falar com você se caso você estivesse lá. Eu não aguentava mais ter que encarar as pessoas à direção dos carros na rua, na esperança remota de te ver dirigindo. Eu não aguentava olhar uma foto sua, sem saber quando iria te encontrar de novo, sem te tocar, te abraçar e apreciar-te os olhos e o sorriso, o lindo sorriso que me roubara a total atenção por alguns segundos na última vez em que te ví. Estava me sentindo uma completa idiota, presa a algo tão improvável quanto essa minha própria paixão repentina. Mas eu estava tentando. Por mais que estivesse difícil, insuportável, livrar-me de você, eu estava tentando, e continuaria, até que no máximo um terço do meu dia se resumisse a lembrar-te, a pensar-te a querer-te. O dia todo era estressante demais.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Desnecessário

De certo modo, eu estava "livre" de você. Não que eu não pensasse em te ver, e imaginasse a cena impossível do encontro perfeito. Mas isso agora acontecia "raramente", era banal, se eu levasse em consideração as 23 das 24 horas do dia em que costumava fazer isso.
Nos últimos dias estava tão feliz, sorri tanto com as conversas jogadas fora, com os amigos, os passeios, as aventuras, a presença da família, a reunião de tudo aquilo que sempre me deixou mais feliz. Eu estava de férias, e nessa época, tinha mais que esse direito, apesar da rotina também fazer parte das coisas felizes da vida, enfim, mas não me sobrava muito tempo e espaço para ficar horas delirando com as nuvens de pensamento sobre minha cabeça quando pensava em você. E isso foi bom. De repente percebi que você se afastava de mim sem muito esforço, sem eu ter que me pressionar. Eu realmente havia me dado férias, inclusive de você. Mas não, não foram férias, ou eu não queria que fosse, eu não queria que a tortura de te querer sem te ter perdurasse. Acho que na verdade, eu só estava sendo testada,, pela própria vida, ela só está tentando, e acredito que conseguindo, me mostrar que eu não preciso de você para ser feliz.

Mariana Xavier

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Oi, summer!


É verão. Curta o som, curta o sol, e a família, e os amigos reunidos em torno do violão sob o ritmo do mar.
Tempo bom de deixar-se ser feliz. Tempo bom de viver. Viver tudo que há para viver, tudo! e de sorrir sem se preocupar. Sem perder nenhum instantezinho sequer. Viver sem perder nada, nada!

Mariana Xavier