segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Alguma coisa chamada felicidade


A felicidade costumava me contagiar de uma forma incontrolável. Eu sabia ser feliz quando estava nesse estado (ou pelo menos achava isso). As vezes isso era tão transparente que tinha medo de minhas próprias ações impensadas no momento- porque quando estou muito feliz simplesmente não penso muito, apenas ajo de modo que não negue a ninguém como me sinto. Falo muito, ainda mais que o normal, como que expulsasse de minhas veias o excesso de alegria pulsante, numa tentativa eufórica de deixar minha pressão normal outra vez, como quando eu estou normal. Eu pulo, e sorrio descontroladamente, as vezes até bato palmas, simplesmente como se ao meu redor ninguém estivesse me olhando e rindo comigo, mas não pelo mesmo motivo que eu, sim de mim e da minha coragem súbita de exteriorizar tamanha felicidade, e daquele jeito, louco, digamos.
As vezes em casa, quando minha pressão arterial poderia ser verificada e marcar 12/8, ou menos, ela costuma ser normalmente baixa, encaro-me, "você estava louca? porque agiu daquela forma?". Antes, eu passaria o dia todo me perguntando a mesma coisa e depois jugando-me uma errada, de atos irracionais. Mas agora não, "ah! que importa se outros me olharam como se eu fosse uma nativa em um mundo ocidental capitalista naquela hora? eu estava feliz, e eu estava sendo eu, não estava fingindo alegria, nem querendo impressionar a ninguém (impressionar se fazendo de louca?! isso sim seria irracional)". Para mim eu estava certa, ou ninguém me disse que não até hoje, ninguém me corrigiu nesse aspecto. Então preferia pensar que eu sabia ser feliz, ou que eu tinha uma forma própria de dizer que estava assim, ou que simplesmente não tinha vergonha de demonstrar isso.

Mariana Xavier



domingo, 30 de janeiro de 2011

Que tédio que nada!


"Jesus, que sabia pelo que ia passar e de todas as cobranças que se lhe impunham, simplismente não conseguia sentir tédio em sua vida. Ele era feliz sempre, não reclamava nada. Ele, mais que todos, sabia viver".
Li isso num livro que no fim de uma viagem folheei algumas páginas, mas que por não ser meu, tive que deixá-lo por lá, onde o encontrei. Mas essas palavras ficaram em minha mente. Desde o dia em que as ví, as lí, estive pensando em como as vezes nós complicamos nossas vidas, fazendo delas um tédio. Parece que gostamos de dizer isso. Que nossa vida está um tédio. Como se ele existisse sem que alguém o crie. Sem que nós o criemos. Eu, por exemplo, costumava dizer que por morar em uma cidade pequena, não tinha opção a nada, senão dormir, comer, olhar TV... até que isso não fosse cansativo, até que a isso não fosse atribuído o adjetivo em questão, sim, falo, até que isso não fosse um tédio.
Mas não. A cidade pacata, tranquila, minha oferece exatamente isso, tranquilidade. E eu gosto disso, sempre gostei. Eu tenho amigos lá, boa parte de minha família é de lá. Sempre morei nessa cidade, pelo menos até completar meus 17 anos, quando passei no vestibular e tive de me mudar para uma cidade um pouco maior, mas a permanência de meus pais e de minha família na pequena city era motivo mais que nobre para que eu a visitasse sempre, duas vezes ao mês.
Nas primeiras férias que passei lá depois de estar morando fora, comecei a sentir algo parecido com estar sempre a procura de coisas para fazer, e, por nunca achar 'nada' que me atraísse, em meio àquela calmaria, comecei a dizer que, por um período, minha vida estava um tédio.
Mas não, ela não estava, eu que a fazia daquela forma, eu que a atribuia essa característica. Comecei a lembrar de quando eu era criança, como tudo aquilo era ótimo para mim. Tudo continuava igual, os mesmos amigos, minha família, era tudo muito parecido, exceto por algumas evoluções de pensamento, que o tempo em seu gracioso ato de não parar, fizera acontecer. Mas isso, isso já era sabido que ocorreria. Até aqui, nenhuma novidade. Então, pensei, "o que estava faltando para que eu conseguisse enchegar grande alegria em fazer o que fiz até poucos dias, adaptado à forma de pensamento de hoje?"
A resposta não demorou muito, e meu pensamento logo decifrou que na verdade, o comodismo me fizera sentir aquilo. Eu tinha livros para ler, filmes, vários, para assistir, tinha amigos para conversar, para rir juntos, tinha esportes que poderia praticar, tinha a minha família, minha linda família que tinha todo o meu amor depositado em sua felicidade, em nossa felicidade, tinha, como sempre, coisas para aprender (eu não sabia dirigir ainda, e o violão, cujo desejo de apreder a tocá-lo já me perseguia a algum tempo, estava me esperando, parado, ansioso, imagino, para se sentir útil) mas, digo, coisas bem viáveis naquele momento... Parei! Veja bem a quantidade de coisa boas que eu tinha para fazer em uma cidade tão pequena. Imagine só em uma maior, onde as opções se expandem, digamos?! Eu só estava acomodada, queria, por certo, não ter que ir buscar, que ir atrás. Queria que as coisas viessem a mim, que as opções se abrissem como um leque, à espera da escolha a ser feita, mas que simplesmente saltassem desse leque, sem nenhum esforço de minha parte. Pensei, é isso! É isso o que acontece. Nós mesmos somos responsáveis por deixar que nossas vidas se transformem em algo chato, sem graça. Mas elas não são. Basta que olhemos ao nosso redor, e vejamos a quantidade de coisas que muitas vezes estão alí, só esperando ser feitas, só precisando que você levante-se, determinado, e vá usufruir delas.
Era isso que Jesus, em sua grandiosidade, simplesmente via, a quantidade de coisas que abarcava sua vida. Ele tinha pessoas para fazer felizes, para curar. Ele tinha seus discípulos para ensinar. Ele tinha os tantos lugares para visitar. Ele tinha uma vida para viver, e Ele em sua sabedoria suprema, simplesmente, vivia. Sem reclamar. Apenas aproveitando o que tinha para certa hora, apenas aproveitando as oportunidades que apareciam. E Ele era, mais que tudo, feliz.

Nós também podemos produzir felicidade, nós também temos uma vida para viver. Só precisamos saber viver, saber aproveitar as oportunidades. Buscar o que queremos. E nunca, nunca se acomodar.

Mariana Xavier

terça-feira, 25 de janeiro de 2011


Ainda tentei, retentei e tentei novamente. Mas você foi claro demais quando me disse apenas que não dava. Eu não tinha porque continuar frustrando minhas tentativas. O tempo lançara-me a ventos lentos e leves demais, mas que aos poucos me faziam perceber corretamente o caminho que indicavam.
Estava feliz por perceber. Por tentar seguir. Por não ficar ali morta, parada, inativa, mesmo estando tão viva. Muito viva inclusive para saber que era hora de buscar um outro amor. E eu iria. Assim, sem nada, do nada, eu apenas iria. Eu vou. Na verdade, eu estou indo.
Até mais, amor!

;*
Mariana Xavier

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

No máximo 1/3


Chega de ilusões. Que tipo de vida eu estaria me dando? Olhos tristes, mortos, cabeça baixa, dependurada na única imagem que me torturara tanto nos últimos meses. Corpo encolhido, como que embrulhando as lembranças de momentos inesquecíveis, como que não querendo perdê-las, deixar escapar. Mas porque? Porque eu não conseguia simplesmente deixar que você escapasse, se eu já havia notado o quanto aquilo me fazia mal? o quanto você, mesmo sem saber - sem saber de nada, absolutamente nada, nem imaginasse - era o motivo daquela minha tristeza? Eu não aguentava mais te procurar nos lugares que ía, tentar te enxergar e fazer mil planos de como ir falar com você se caso você estivesse lá. Eu não aguentava mais ter que encarar as pessoas à direção dos carros na rua, na esperança remota de te ver dirigindo. Eu não aguentava olhar uma foto sua, sem saber quando iria te encontrar de novo, sem te tocar, te abraçar e apreciar-te os olhos e o sorriso, o lindo sorriso que me roubara a total atenção por alguns segundos na última vez em que te ví. Estava me sentindo uma completa idiota, presa a algo tão improvável quanto essa minha própria paixão repentina. Mas eu estava tentando. Por mais que estivesse difícil, insuportável, livrar-me de você, eu estava tentando, e continuaria, até que no máximo um terço do meu dia se resumisse a lembrar-te, a pensar-te a querer-te. O dia todo era estressante demais.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Desnecessário

De certo modo, eu estava "livre" de você. Não que eu não pensasse em te ver, e imaginasse a cena impossível do encontro perfeito. Mas isso agora acontecia "raramente", era banal, se eu levasse em consideração as 23 das 24 horas do dia em que costumava fazer isso.
Nos últimos dias estava tão feliz, sorri tanto com as conversas jogadas fora, com os amigos, os passeios, as aventuras, a presença da família, a reunião de tudo aquilo que sempre me deixou mais feliz. Eu estava de férias, e nessa época, tinha mais que esse direito, apesar da rotina também fazer parte das coisas felizes da vida, enfim, mas não me sobrava muito tempo e espaço para ficar horas delirando com as nuvens de pensamento sobre minha cabeça quando pensava em você. E isso foi bom. De repente percebi que você se afastava de mim sem muito esforço, sem eu ter que me pressionar. Eu realmente havia me dado férias, inclusive de você. Mas não, não foram férias, ou eu não queria que fosse, eu não queria que a tortura de te querer sem te ter perdurasse. Acho que na verdade, eu só estava sendo testada,, pela própria vida, ela só está tentando, e acredito que conseguindo, me mostrar que eu não preciso de você para ser feliz.

Mariana Xavier

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Oi, summer!


É verão. Curta o som, curta o sol, e a família, e os amigos reunidos em torno do violão sob o ritmo do mar.
Tempo bom de deixar-se ser feliz. Tempo bom de viver. Viver tudo que há para viver, tudo! e de sorrir sem se preocupar. Sem perder nenhum instantezinho sequer. Viver sem perder nada, nada!

Mariana Xavier

sábado, 8 de janeiro de 2011

Como Deus quiser

Agora eu era fria. Não havia motivos pra eu te tratar tão bem depois de tudo que me fez. Havia ganhado a cumplicidade do gelo, e por mais que doesse, que queimasse, ele me ajudava. Eu conseguia fazer perguntas tranquilamente, e não ficava mais olhando para a tela esperando até que você me respondesse. Esperando para ver se o que você responderia seria aquilo que eu queria ler. Não havia mais o que eu quisesse ler. Não havia mais tamanho interesse em você. Eu conseguia falar de tudo, até de seus amores e de meus amores, nossos lances. Apesar de não ter esquecido nosso lance, não era fácil esbarrar nele pela memória agora, isso acontecia, mas era raro, andava escondido demais para isso.
De vez em quando me recordava, ria, e ao mesmo tempo me intristecia, pensava em como seria se tivesse dado certo. Mas deixava pra lá. Largava aquilo, e ía buscar outra coisa para fazer, outra coisa em que pensar. Não dava para ficar remoendo aquele passado. Eu simplismente o largava. Deixando que o tempo cuidasse em pô-lo distante de mim, ou simplismente deixando que o tempo cuidasse daquilo, sem me importar. Estava vivendo a minha vida sem ter muita curiosidade de futuro sobre isso, seria , como todas as outras coisas, como Deus quisesse e pronto, e ponto.

Mariana Xavier

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Costume


Maltratava minha mente com tuas lembranças. Havia horas em que estava tão sufocada que gritar seria mais prazeroso que apreciar-te em meu interior. Queria que você saísse de mim, mesmo que eu ficasse oca por algum tempo. Talvez esse tempo ajudaria a preencher esse espaço. Queria gargalhadas e risos sem pensar em como seria se você estivesse alí, ouvindo minhas gargalhadas, olhando meu sorriso. Queria enfim te esquecer, só para não lembrar o quanto te querer me fazia sofrer.
Já que não podia lembrar de você como amor, como namorado, tava me acostumando a lembrar de você só como amigo, já que aquele você nunca havia sido e talvez nunca iria ser. Ou estava na verdade me acostumando, ou tentando me acostumar a simplismente não lembrar de você, e realmente te esquecer, assim de verdade, como amor, como o namorado que eu nunca tinha tido, ou mesmo, como amigo.

Mariana Xavier

Cansada de ser esse vento


Ultimamente, com toda aquela vontade súbita de ser apreciada de um modo diferente, mais amoroso digamos, utilizara de muitas palavras tentando apreender sua atenção, alongava o quanto podia nossas conversas. Tudo em vão. Com todo aquele cabimento recebido, entender que qualquer coisa para você era mais interessante que me ver, falar comigo, era o mais certo até então.
Aos poucos desprendia, dolorosamente, a imagem que se formara de você em minha mente. As novas amizades, as suas, cada vez mais só torturavam-me a esperança já remota, aumentando as possibilidades de uma notícia desagradável, para mim, obviamente.
Estava cansada. Cansada de você e de te querer tanto. Cansada de seres para mim um tudo e de ser para você um nada. Eu já não sabia se queria te ver e aumenta meu tormento. Estava cansada de ser seguidora desse vento ou de ser para você o vento, aquele que por ti passara, mas só passara, e você deixou ele ir, resolvendo não o seguir, simplismente vendo ele partir e desaparecer no tempo.

Mariana Xavier

Celebra a vida


Celebre a paz e o amor, celebre a alegria e a saúde, celebre a bondade, a caridade. Celebre o sorriso descontraído, o olhar recebido, e o cheiro, o beijo e o abraço gostoso. Celebre a família, celebre os amigos, celebre o conhecido e os vários "oi!" ao long do ano recebidos. Celebre a saudade do que não foi esquecido. Celebre as festas. Celebre o trabalho, o cansaço e o esforço, mas principalmente a recompensa recebida. Celebre as broncas e as brigas, mas ainda mais as pases oferecidas e conseguidas. Celebre o perdão. Celebre o pão. Celebre os estudos e as contribuições que ele traz para essa vida. Celebre o ar que respiras, a flor com que se encanta, a água que purifica, limpa, a luz do sol que vês quando levantas.
Celebre tudo, cada momento. Não fique mudo nem cego para o mundo, mas fale, veja, sinta, isso é a vida, e você está vivo. Agradeça a Deus por isso, agradeça a Deus por cada segundo.
Celebre a VIDA!
Mariana Xavier

Feliz Ano Novo queridos!
Que 2011 seja lindo e seja doce para todos, todos os dias. Muitas bençãos de Deus em suas vidas. :)

p.s.: desculpem-me pelo atraso e pela distância dos últimos dias. Espero que entendam!